segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EDP abandona o Facebook


O dinheiro não é tudo. A distribuidora portuguesa de energia EDP é uma prova viva dessa máxima. É uma empresa que dá lucros de milhões, por força da sua posição dominante e agressiva – no pior sentido, na medida em que o cliente paga o que consome e o que não consome, por força de artimanhas legislativas difíceis de aceitar – num mercado onde a concorrência praticamente não existe.
Apesar de ter muito dinheiro para investir, a EDP tem estado em crise de comunicação nos últimos tempos. Primeiro, por causa do seu logótipo, que era igual ao de uma serralharia de Braga. A EDP perdeu o sorriso e foi obrigada a mudar a identidade visual por decisão dos tribunais. Agora, por não saber comunicar e interagir com os clientes nas redes sociais, como já escrevi aqui, a empresa de António Mexia decidiu abandonar o Facebook. É só mais uma empresa a dar-se mal com a democracia vigente no espaço público digital. As redes sociais não são para quem pode, são para quem sabe e para quem está disponível para interagir com o cidadão comum – sendo útil para os clientes, dialogando com eles e acolhendo críticas e sugestões, criando um vínculo duradouro.
Como se pode ler aqui, para conquistar pessoas é preciso que as empresas estejam nas redes sociais como se fossem pessoas. Por isso, a falta de jeito da EDP para estar no Facebook é surpreendente. Mais a mais por estarmos perante uma grande empresa, na qual, curiosamente, o Estado ainda é accionista.

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