sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Reformas de luxo lançam guerra entre cavaquistas


Com grande parte do País em estado de choque por causa das brutais medidas de austeridade anunciadas pelo Governo PSD-CDS/PP, parece estar a começar a guerra dos reformados de luxo. A grande curiosidade é que estamos perante uma guerra que envolve membros dos governos do PSD nos tempos de Cavaco Silva, entre 1985 e 1995: Mira Amaral, Bagão Félix, Paulo Teixeira Pinto e Vítor Martins. Como sintoma do estado a que Portugal chegou é muito mau. 
O rastilho foi lançado pelo jornalista António Sérgio Azenha, num livro intitulado "Como os Políticos enriquecem em Portugal". O jornalista investigou e analisou os rendimentos de 15 políticos antes e depois de passarem pelo Governo português. Um dos visados no livro da editora Lua de Papel é Mira Amaral, antigo ministro de Cavaco Silva, que resolveu escrever uma carta aberta a António Azenha. Não para desmentir o conteúdo do livro, mas para confirmar que o que lá é dito sobre o ex-ministro cavaquista “é factualmente correcto” com excepção da explicação da sua reforma de 11 mil euros mensais, alegadamente “obtida pela legislação aplicável a qualquer cidadão” nas suas condições, embora enfermando de um “grande erro metodológico”, segundo Mira Amaral. Que erro? “Não ter começado a análise antes da minha ida para o Governo, e não fazer uma comparação com as dinâmicas profissionais de colegas meus que não tiveram o azar de ir para o Governo.”
O mais curioso é que a “carta aberta” ao autor do livro “Como os Políticos enriquecem em Portugal” foi mais uma carta aberta de Mira Amaral contra três ex-colegas de Governo nos tempos de Cavaco Silva. Escreve Mira Amaral: “Ao contrário do que o inqualificável pulha Bagão Félix diz, a minha reforma, pelos factos que lhe expliquei, não é pornográfica mas serão pornográficas duas situações de dois amigos dele: a do jovem Paulo Teixeira Pinto que se reformou do BCP aos 49 anos com cerca de 35 000 euros mês (!) tendo recebido de indemnização, ao que dizem, 10 milhões de euros. Só conheceu a banca depois do Governo… A de Vitor Martins, amigo do Bagão Félix que este colocou como Presidente da CGD, sem nunca antes ter trabalhado num banco, e que saiu de lá ao fim de um ano com 900 mil euros de indemnização, como o DN noticiou na altura!”
Não há dúvidas: começou a guerra dos reformados de luxo. Para já só entre cavaquistas. Um caso a seguir...

Um comentário:

Anônimo disse...

Portugal teve infelizmente uma geração de políticos, os chamados cavaquistas, que encheram o bolso á custa das benesses imorais que conseguiram com o poder político.