sexta-feira, 22 de julho de 2011

A liberdade de imprensa em Portugal



"Muito boa gente, daquela que acha que a liberdade de imprensa em Portugal é excessiva e desregulada, está a aproveitar o caso ‘News of the World’ para perorar sobre os perigos de uma "mediocracia" (a expressão é de Vital Moreira) tomar conta desta terra, sublinhando a importância de "submeter o poder mediático aos limites constitucionais e legais" – como se algum dia alguém tivesse defendido que a imprensa devesse actuar acima da lei.
Este desejo de transformar a árvore numa floresta seria apenas picaresca se não fosse perigosa e, sobretudo, cega. Vital Moreira foi um daqueles colunistas que durante vários anos sofreram de uma paixão assolapada pelo PS do engenheiro Sócrates, e que acha que o nosso querido ex-primeiro-ministro foi vítima de várias tentativas de assassinato de carácter. Ora, na verdade, o que nós tivemos durante o desgoverno PS foi exactamente o contrário disso – os poderes executivo e legislativo a tentar por todos os meios silenciar aqueles que se afastavam da verdade oficial, com um profissionalismo sem paralelo. Basta ver o que a TVI fez a Manuela Moura Guedes, que era autora do programa informativo com mais audiência do país, para demonstrar a verdadeira independência do Quarto Poder em Portugal.
Não brinquem connosco, por favor. Nós podemos ter uma comunicação social em roda livre em muitos aspectos, mas nunca no que toca aos verdadeiramente poderosos. Neste aspecto, aliás, a tentação para meter a pata na garganta dos “media” é transversal ao PS e ao PSD. Qual foi a primeira cabeça a rolar após o Governo de Passos Coelho entrar em funções? Simples: o director da Lusa. Meu Deus, como são poderosos os “media” deste País…"

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